O Equador vive um momento que se caracteriza pela arrecadação massiva de recursos provenientes de várias fontes. No cenário internacional, nestes últimos anos e particularmente na atualidade, fomos especialmente favorecido. Temos preços de petróleo muito altos que geram renda adicional à economia. Estas arrecadações petroleiras, além disso, têm aumentado de maneira vertiginosa. Calcula-se que em 2006 haja uma arrecadação adicional de 900 milhões de dólares e lá por 2007 poderia chegar inclusive aos 2 bilhões de dólares (se forem mantidos os preços atuais), por efeito das reformas da lei de hidrocarbonetos que permitiram uma participação proporcional ao Estado nos ganhos extraordinários provocados pelo aumento dos preços de petróleo. Mas essa participação proporcional, é necessário dizer que, é ainda demasiada generosa para as empresas transnacionais. A economia equatoriana também está recebendo um importante fluxo de recursos provenientes do trabalho de nossos compatriotas no exterior. Os emigrantes estão mandando cada vez mais dinheiro para a economia geral. Segundo o Banco Central, estima-se para as remessas de 2005 1,7 bilhões de dólares. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) calcula depósitos perto de 2 bilhões de dólares. Uma terceira quantia de recursos que também fluem para a economia equatoriana tem a ver com o aumento do endividamento externo privado. Quando começou a dolarização em 2000, o endividamento externo privado beirava os 2 bilhões de dólares. Na atualidade, estaria superando 8 bilhões de dólares. Então, por isso, temos um novo aumento de arrecadação. Entretanto, a economia equatoriana, em muitos aspectos, está em um processo de recessão. A maior parte dos recursos está sendo canalizada às atividades de exportação primária, mesmo petróleo e outras atividades primárias, que são muito reduzidas em impacto macroeconômico de geração de emprego e com pequena vinculação ao resto da economia. O Equador atravessa uma situação de "maldição da abundância" e poderíamos dizer definitivamente que somos um país pobre, mas rico em recursos naturais. Rico em recursos naturais com uma sociedade que não conseguiu integrar a atividade exportadora ao resto da economia, que não foi capaz de distribuir de forma igualitária a renda gerada pelas exportações, uma sociedade em que não há esquemas para fortalecer os processos democráticos. Estamos vendo, então, que as características desta sociedade aprofundam-se : o clientelismo, o autoritarismo, o rentismo, a voracidade dos grupos
dominantes.
A tabela abaixo mostra as exportações do Equador de 1990 até 2001: